Durante o 81º congresso extraordinário da Conmebol, realizado nesta quinta-feira em Luque, no Paraguai, os representantes das dez federações da América do Sul definiram por unanimidade a permanência de Alejandro Domínguez no comando da entidade até abril de 2031.
O dirigente, que ocupa o cargo desde 2016, foi reconduzido para o seu quarto e último mandato sem a presença de candidatos concorrentes. O Brasil foi representado por Samir Xaud, atual presidente da CBF, em seu primeiro compromisso oficial internacional à frente da confederação nacional.
“Renovo meu compromisso com vocês. Sinto-me animado e motivado para continuar com este trabalho que começamos já há algum tempo, mas olhando para o futuro com muito mais otimismo, muito mais alegria e muito mais paixão, porque o que está por vir é ainda melhor”, destacou o presidente Alejandro Domínguez.
Conmebol lidera organização de torneios globais
Nos próximos quatro anos, a Conmebol estará diretamente envolvida na organização de eventos de impacto global. Um dos principais compromissos será a Copa do Mundo Feminina de 2027, que terá o Brasil como sede — a primeira edição do torneio a acontecer na América do Sul.
A entidade também coordenará os jogos iniciais do Mundial de 2030, que oficialmente será sediado por Espanha, Portugal e Marrocos, mas terá partidas inaugurais disputadas na Argentina, Uruguai e Paraguai em alusão ao centenário da primeira edição do torneio, disputada em 1930, em Montevidéu.
“O futebol reconheceu o Uruguai e a América do Sul como o berço da primeira Copa do Mundo. E esteve à altura ao tomar a decisão de que o Mundial deve ter sua abertura onde tudo começou. Agora estamos exigindo participar, ser protagonistas na organização dessa Copa do Mundo. Porque esta não é uma Copa do Mundo qualquer, é a Copa do Mundo dos 100 anos”, destacou.
Conmebol implementa Fair Play Financeiro nas competições sul-americanas
Pouco depois de confirmada a reeleição, Domínguez anunciou a criação de um sistema de Fair Play Financeiro para a Libertadores e a Copa Sul-Americana. A iniciativa, segundo ele, busca criar um padrão de controle de gastos entre os clubes e incentivar o uso responsável dos recursos para evitar o aumento de dívidas e garantir o pagamento de salários em dia.
“Não queremos clubes endividados, queremos clubes fortes. Queremos jogadores que recebam seus salários em tempo hábil. Queremos que o dinheiro seja investido na logística que garantirá nosso futuro. E, trabalhando juntos, podemos sonhar e solidificar as bases e as condições de nossos clubes e associações membros”, afirmou.
Domínguez chegou à presidência da Conmebol em um momento crítico, após a prisão dos três últimos presidentes envolvidos no escândalo do “Caso Fifa”. Desde então, passou a liderar um processo de reformulação da entidade e a conduzir ações com foco em governança, direitos comerciais e aumento da presença da confederação em competições globais.
Apesar disso, o dirigente também esteve no centro de controvérsias — a mais recente ocorreu em março, quando foi duramente criticado após associar, em entrevista, clubes brasileiros à figura de um macaco. A declaração foi feita logo após uma manifestação contra o racismo no futebol, o que intensificou a reação pública. Em seguida, o dirigente reconheceu o erro e pediu desculpas pela comparação.
“Muito obrigado por me permitirem ser presidente da CONMEBOL. Obrigado por ter tantos amigos. Contem comigo. Minha intenção, meu ânimo e minha ambição se renovam. Que Deus os abençoe. E que o futebol sul-americano continue conquistando o mundo inteiro com a ajuda de vocês”, concluiu o presidente da Conmebol.
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